Tranquilidade foi obtida na marra
A sessão de ontem (14) à noite na Câmara Municipal de Brusque não passou nem perto da anterior. A palavra de ordem foi ‘tranqüilidade’. Isso, graças aos policiais militares que se espalharam pelo plenário a pedido da Mesa Diretora. Ficou evidente que a determinação era manter a ordem a qualquer custo. Fato inédito e não esperado pelos brusquenses.
Já na entrada do Legislativo era possível ter uma noção de como seria o desenrolar do encontro. O acesso de pessoas foi limitado a oitenta vagas. Entretanto, ainda assim restaram cadeiras vazias. Todos os que buscaram acesso ao Legislativo foram revistados. Manifestantes do grupo Brusque Unida Contra a Corrupção permaneceram junto à calçada do prédio minutos antes do início da sessão, reclamando que foram impedidos de ingressar no interior da Casa do Povo portando cartazes.
Alguns, no entanto, conseguiram realizar o protesto, mas de forma silenciosa. E ao pé da letra. Com mordaças, eles buscaram demonstrar indignação por não poderem se manifestar no local. Seis policias militares permaneceram posicionados em pontos estratégicos do plenário.
Com o sossego em plenário, os vereadores conseguiram votar um dos projetos mais aguardados das últimas sessões, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício financeiro do município no ano de 2010. O projeto foi aprovado por unanimidade.
O vereador Ademir Braz de Sousa não usou a tribuna para fazer o discurso que era esperado. Nos bastidores, o comentário era de que havia policiais à paisana entre os assistentes, enquanto pessoas que não são de Legislativo, mas que têm ligação com alguns vereadores, entraram sem serem revistados e sem a tal senha dada em troca de nome completo e endereço residencial.
Cerca de 20 pessoas, ditas como ‘normais’, foram barradas na entrada do Legislativo e não tiveram acesso à Casa do Povo para acompanhar os trabalhos.